Alguns medos são oriundos de desafios reais e concretos. Mas, nem todos os medos que nos rodeiam são assim. Há muitos que são vagos e subjetivos. Descubra como entender a origem de nossos medos.
Todos sentimos medo. Sentir medo é normal, pois está diretamente relacionado ao nosso instinto de sobrevivência. Foi o medo que nos deixou em alerta e mais preparados para lidar com os predadores, para buscar abrigo e se defender de outras tribos que queriam nos atacar. Isso sempre foi assim, desde as eras pré-históricas. E continuamos com a presença dele ao longo dos séculos. Sentimos medo de epidemias, de guerras, dos efeitos do aquecimento global, da automação do mercado de trabalho, da queda da bolsa, da inflação e da violência em geral.
Todos esses medos são oriundos de desafios reais e concretos. Mas, nem todos os medos que nos rodeiam são assim. Há muitos medos vagos e subjetivos. Medo de falar em público, do escuro, de se desapegar de uma situação que não funciona mais. Entretanto, se a “função” do medo é nos tornarmos precavidos diante das ameaças e mais atentos para lutar ou fugir diante dos perigos, de que forma o fato de ficarmos sozinhos em nossa casa, ou de falar em público poderia ser visto como um risco ou uma ameaça real à nossa integridade?
Difícil, né? Mas, então, por que esses medos muitas vezes incompreensíveis e até irreais frequentemente nos aterrorizam?
De onde vem os nossos medos
O medo mental está relacionado a uma informação como outra qualquer. Digo medo mental, porque há os medos instintivos, como por exemplo, quando estamos nos afogando, diante de uma floresta em chamas ou caindo do precipício. Nesses casos, o medo é uma reação automática do nosso corpo que entende que precisa se manter vivo.
Já o medo do leão ou da aranha é adquirido. Assim como o medo da solidão ou de não ser aceito.
Imagine que um leão entre calmamente no quarto de um bebê pequeno e não rosne o assustando, é muito provável que o bebê continue na dele e se souber engatinhar até vá na direção do animal. Por que isso acontece? Por que não existe uma informação prévia na mente daquela criança, de que o leão é um animal selvagem.
Agora se um leão entrasse no nosso quarto, é provável que saíssemos fugindo. Essa diferença de reação nos ajuda a entender que a grande maioria dos nossos medos é fruto de uma informação anterior que adquirimos.
Alguém algum dia, disse-nos que o leão e a aranha eram animais perigosos e que ficar sozinho era ruim. Essas informações podem ter entrado por um filme que vimos, um livro que lemos, uma história que alguém nos contou, pela experiência dos nossos pais ou pela nossa própria experiência prévia. Desde que nascemos e até antes disso, vivemos recebendo mensagens de como o mundo e as pessoas podem ser perigosas e nos fazer mal.